terça-feira, 31 de janeiro de 2017

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Perdidos no bosque

Era tempo de férias de verão e por isso mesmo a Maria de dez anos e a sua irmã gémea, a Ana, queriam aproveitar ao máximo cada dia antes que as aulas começassem. Depois de muito pensarem chegaram à conclusão de que não haveria melhor lugar para passarem as férias do que a acolhedora aldeia onde os seus avós viviam. Falaram com o João, o Carlos e a Sara, que eram os seus melhores amigos e que, tal como elas, estavam desejosos de viver aventuras para terem o que contar aos colegas de turma quando as aulas começassem. Depois de falarem com os seus pais e eles terem concordado, os cinco amigos telefonaram aos avós das gémeas que acharam a ideia formidável.                         
   Estava tudo pronto no dia de partida e passadas algumas horas de viagem, chegaram finalmente à casa dos avós. Era uma casa pequena, mas muito acolhedora, que ficava numa aldeia no interior do país e estava rodeada por um gigantesco bosque, onde só havia mais uma casa, que pertencia a um homem muito mal-humorado, de aspeto assustador e que raramente dirigia a palavra a alguém, nem mesmo aos avós das gémeas. Na verdade há muitos anos tinha havido um problema e os avós e este vizinho deixaram de se falar.
Sobre o bosque que rodeava as casas havia muitas lendas sobre lobisomens, vampiros, bruxas e outras personagens que apesar de normalmente assustarem as crianças, só faziam com que os cinco amigos ficassem ainda mais entusiasmados e curiosas. E foi esta curiosidade que os levou talvez à maior aventura das suas vidas.
Certo dia, decidiram ir passear pelo bosque a ver se descobriam algo novo. Disseram aos avós e eles, apesar de preocupados, lá concordaram, dizendo-lhes para não se afastarem muito e para regressarem a casa antes do anoitecer. As crianças ficaram radiantes, pegaram nas mochilas e em alguma coisa para o caso de terem fome. Queriam estar fortes para poderem percorrer todo o caminho e estarem atentos a tudo.
Depois de seguirem caminho e de percorrerem uma grande distância perceberam que já tinham saído de casa há muito tempo. A Sara, como mais velha e menina responsável que era, avisou-os de que talvez fosse melhor voltarem, mas estavam todos tão entusiasmados que a convenceram a avançar.
Ouviam pássaros, colhiam flores, saltavam riachos, contavam anedotas e assim as horas iam passando. Sentiam que cada passo que davam fazia com que estivessem cada vez mais perto de uma grande aventura.
Distraídos, nunca mais se lembraram do que os avós lhes disseram e caminhavam cada vez com mais curiosidade, com mais vontade... Quando finalmente se aperceberam que o sol já não iluminava mais o caminho e que em vez deste, no céu, estava a brilhante e redonda lua ficaram muito admirados. Como era noite e não conseguiam ver bem o caminho para voltarem para casa decidiram ficar e passar a noite no bosque, mas para isso precisavam de encontrar um lugar seguro e abrigado para poderem dormir e descansar para no dia seguinte voltarem para casa.
Apesar de fortes, todos estavam com medo de toda aquela escuridão. Só de imaginarem-se a passar ali a noite fazia com que o medo aumentasse, no entanto, tinham noção de que não conseguiriam chegar a casa sem se perderem se voltassem para trás naquele momento.
Depois de muito procurarem, encontraram uma espécie de gruta numa pedreira. Entraram, pousaram as mochilas e antes de se deitarem lembraram-se de que no meio de toda a alegria até se tinham esquecido de comer. Com tanta brincadeira nem tinham reparado que os seus estômagos estavam a dar horas.
Já era tarde e depois de um dia cansativo como aquele estavam estafados e só queriam deitar-se, ter uma noite descansada e acordarem de manhã. Mas na verdade isso não foi bem assim... A noite foi muito mais ativa do que esperavam! Enquanto tentavam dormir ouviam barulhos, o que os impedia de adormecer, cada um deles permanecia atento a qualquer barulhinho, a qualquer uivar dos lobos, a qualquer chilrear de um pássaro... Mas houve um barulho, parecia alguém ou alguma coisa a caminhar na direcção da gruta onde estavam, que lhes chamou a atenção. Fosse o que fosse era muito grande, algo muito maior que qualquer coelho, que qualquer raposa... As suas cabecinhas começaram imediatamente a imaginar o que seria. As gémeas lembraram-se que talvez fosse um lobisomem como aqueles de que se falavam nas lendas sobre o bosque ou então um animal perigoso que estaria a caçar... Assustados, pegaram nas mochilas e tentaram fugir despistando-o, pois o barulho das passadas do tal ser pareciam estar a aproximar-se deles cada vez mais.
Correram, correram, cada vez mais depressa e apesar de não saberem o caminho, o medo fazia com que fugissem sem parar e seguissem pelos caminhos, que pareciam permitir chegar à casa dos avós mais rapidamente, pois isso era o que mais desejavam naquele momento. Olhavam para trás de dois em dois segundos com medo que estivesse atrás, mas passado algum tempo perceberam que “aquilo” já não os estava a seguir, mesmo assim continuaram a correr até que finalmente perceberam que tinham chegado à aldeia dos avós.
Quando chegaram à casa dos avós, estes estavam com uma cara de preocupação, que as crianças só conseguiram abraçá-los e pedir-lhes desculpa.
Depois de lhes contarem tudo o que se passou, incluindo o aparecimento daquele ser que tanto os assustou, os avós perceberam tudo... Afinal o assustador ser que os tinha perseguido naquela noite era simplesmente o vizinho carrancudo. Os avós preocupados com a ausência das netas e dos seus amigos, deixaram de lado todas as zangas, todas as chatices e pediram ajuda ao seu único vizinho, este era a pessoa que melhor conhecia o bosque e de certeza que os ia encontrar. E na verdade encontrou, só que eles ficaram tão assustados que desataram a fugir e ele nunca mais os viu. As crianças ficaram muito mais aliviadas e assim que o vizinho chegou à aldeia elas foram agradecer-lhe pelo seu bonito gesto.
A partir daquela noite, o vizinho carrancudo e os avós das gémeas passaram a cumprimentar-se, jantavam em casa uns dos outros e até as crianças passaram a ir visitá-lo de vez em quando. Apesar de tudo ter acabado bem, as gémeas e os amigos perceberam a lição e prometeram que nunca mais iriam desobedecer às regras dos mais velhos. Toda aquela situação serviu de exemplo para as crianças e fez com que a amizade entre os avós e o vizinho voltasse. Mas de uma coisa, os cinco amigos tinham a certeza, nunca se iriam esquecer daquela aventura!

Rui Soares, nº 21, 5º G - EB 2/3 de Amares - 2011/2012

terça-feira, 29 de maio de 2012

A bondade de Antonieta

                                                   
Era uma vez uma menina que tinha oito anos, chamava-se Antonieta. Ela era pobre, mas tinha um enorme coração. Também tinha uma família muito grande. Tinha cinco irmãos: o Serafim, o Fernando, o Augusto, o Avelino e o Manuel e tinha duas irmãs: a Joaquina e a Gorete. A sua mãe chamava-se Laurinda. O pai, infelizmente, tinha morrido há já algum tempo de uma doença muito grave.
Essa grande família vivia numa pequena e pobre casa. As crianças dormiam todas num quarto com oito camas e a mãe dormia num humilde quarto, ao lado do quarto das crianças. Junto da casa havia um alegre quintal com flores variadas e vegetais, que contribuíam para a alimentação da família. Noutro sítio, mais ao fundo, tinham alguns animais: vacas, porcos, pássaros, coelhos, ovelhas, patos e dois cavalos, para além dos cães e gatos, que andavam sempre muito divertidos e faziam companhia às crianças.
Antonieta e seus irmãos navegavam no mundo dos sonhos, quando, de repente, ouviram o cantar do galo, bem cedo, mais concretamente às sete horas da manhã. Levantaram-se, lavaram a cara, vestiram-se e fizeram as suas camas um pouco à pressa. Depois aqueceram cada seu caneco de leite com cevada e barraram o seu pão com manteiga, tudo isto de forma tão rápida, que nem esperaram que o leite arrefecesse. Claro que a coisa não correu bem, quando beberam o leite, também, queimaram o céu-da-boca todo. Pegaram no pão e comeram-no, mas, como sempre, atiraram umas migalhinhas aos patos.
Durante o dia faziam miminhos aos cães e aos gatos e brincavam todos às escondidinhas e à apanhadinha. Divertiam-se imenso! Brincavam, assim, toda a manhã até quando a mãe os chamava para a mesa almoçar. O primeiro como sempre era o Fernando e atrás vinham logo os outros a correr. Eles comiam pouco, uma canja de galinha e, para sobremesa, sempre fruta da época, conforme a estação do ano, já era uma excelente refeição. Ninguém reclamava! No fim ajudavam a arrumar a cozinha e iam dar de comer aos cães e aos gatos. Ainda lhes sobrava algum tempinho para algumas brincadeiras antes de soltarem o rebanho. Era a tarefa seguinte: levar o rebanho para o campo pastar. Mas não iam sozinhos. Com eles levavam a companhia dos cães para os ajudar a tomar conta de todas aquelas cabeças famintas de verde pasto. As tarefas pareciam não ter fim. Agora iam dar de beber à vaca e atirar milho a toda a bicharada com bico. Quando chegavam a casa, o Manuel acompanhava a sua mãe na ida ao mercado.
Antonieta e seus irmãos, apesar de crianças, depressa assumiram as responsabilidades dos adultos e faziam-no sempre com um sorriso estampado no rosto. E eram ágeis nos seus serviços. Nunca nenhum dos seus animais ficou com fome, ao contrário deles que, por vezes havia lugar para mais alguma coisita. Tudo estava programado e no fim das tarefas brincavam, brincavam. Um dia, quando Antonieta se preparava para se esconder, um rapaz foi contra ela. O rapaz tinha as roupas rasgadas. Ele não tinha mãe nem pai e os padrastos, que tomaram conta dele, tratavam-no mal e abandonaram-no e toda a gente o gozava. Ele só queria ter amigos nem que fosse só um!
Antonieta, depois da conversa que teve com o rapaz ficou com muita pena e achava que todos tinham o direito de ser felizes. Entretanto o irmão dela já tinha acabado de contar e ela reagiu apressadamente. Como pensava que a mãe o ia entregar a alguém, trancou o rapaz num quarto, onde ninguém ia. Ela levava-lhe o pequeno-almoço, o almoço, o jantar e às vezes o lanche, sempre às escondidas de todos.
Mas o rapaz, apesar de ter uma amiga, estava triste, cada vez mais triste, porque queria ser livre. Essa sua tristeza não durou muito mais tempo, porque Laurinda descobriu. Eles contaram-lhe toda a história e a mãe ia entregá-lo, mas quando viu o brilho nos olhos da filha decidiu que o ia deixar ficar e, a partir desse dia, tratou-o como mais um filho. Antonieta e ele construíram uma grande amizade. E toda a família acolheu este novo membro com muita alegria.

Rita Carpinteiro, nº 19, 5º G - EB 2/3 de Amares - 2011/2012

segunda-feira, 28 de maio de 2012

O monstro que salvou a terra


Certo dia, num local desabitado caiu um meteorito cujo comprimento era cerca de dois metros de diâmetro. Aquele pedregulho enorme foi analisado, estudado, combinado, feitos os procedimentos habituais não detetaram nada de especial, era apenas um meteorito. O João era um arqueólogo muito novo, que se encarregou de o estudar. Ele reparou que havia algo estranho, parecia que dentro da pedra insignificante algo que se mexia, algo tinha vida.
O João decidiu ir falar com o seu chefe e pôr em evidência a sua teoria:
- Bom dia, eu sou o João que está encarregado de estudar o meteorito que caiu do espaço há três semanas.
- Então descobriu alguma coisa interessante? - perguntou-lhe o chefe com ar de troça.
- Sim, acho que sim. Tenho a sensação que algo se passa lá dentro, algo tem vida, parece mesmo real.
- O quê? Tu és passado ou quê? - riu-se virando a cara para disfarçar. João não ligou, penso no que ganharia se descobrisse algo muito importante. Iria certamente ficar famoso.
- Queria apenas a autorização para ver o que lá tem dentro.
- Ó rapaz, aquilo é teu, faz dela o que tu quiseres. Olha, olha lá, leva-a para tua casa se conseguires – voltando costas a rir. O pobre João não desistiu apesar da troça do seu chefe.
No dia seguinte, João levou o meteorito para sua casa e logo começou a tentar abri-lo, não foi muito difícil, mal lhe tocou com o martelo abriu-se. Lá dentro estava um ovo, era lindo, porém bastante esquisito. O João perguntou:
- Está ai alguém? Não acredito! Eu estava certo! É desta vez que eu vou calar a boca do meu chefe. Agora quem se vai rir sou eu.
Lá de dentro diz uma voz muito grave:
- Ei! Rapazola nada disso. Eu estou aqui para alertar o vosso planeta.
João foi ajudá-lo a sair e ficou admirado com o que viu, era um pequeno dragão verde e com os olhos castanhos.
- Mas, mas o que és tu? – perguntou o rapaz.
- Não vez. És cego?! Daaáaá. Não vez que eu sou um dragão.
João estava confuso! Pensava que estava a sonhar ou tinha adormecido.
O dragão olhou-o nos olhos e disse-lhe: 
- Eu sou um dragão inofensivo e sábio, fui o escolhido para esta missão importantíssima.
- Então qual é a tua missão afinal?
- O meu chefe Pilópedes observou que em cada dia que passa a terra escurece, ou seja, fica mais escura. Achamos que isto se deve ao facto da poluição atmosférica, da exploração exagerada dos recursos naturais, entre outros.
Então qual é a sugestão que propões?
 - Talvez campanhas de informação e multas para quem deitar lixo para chão.
- Ei! Já sei! Palestras informativas para os mais pequenos, sobre os benefícios da reciclagem e, também, sobre a utilização das energias renováveis. Tu, João, tens que entregar este dossiê ao ministro do ambiente. Aqui estão várias soluções para este problema. Tenho a certeza que ele adotará algumas medidas.
- Está bem! Eu vou ajudar a terra, mas tu vens comigo, não vens?
- Mas é claro que não! Ninguém pode saber que eu existo. É um segredo que fica entre nós. E já agora, posso ficar a viver em tua casa? É que não tenho como voltar!
- Sim, acho que sim.
- Eu posso ajudar-te nos teus trabalhos de arqueologia. Eu sou muito inteligente.
No dia seguinte João foi ter com o ministro do ambiente e ele adorou aquelas medidas.
Raposél era o nome do dragão, que ficou muito bem alojado na casa de João. Também aprendeu a ler português e ninguém descobriu que ele existia        

Emanuel Barros, nº 11, 5º G - EB 2/3 de Amares - 2011/2012

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Um sonho de Criança

       
A Violeta era uma menina, filha única. A mãe mandava-lhe fazer alguma coisa, e ela só resmungava. Era preguiçosa, bonita, gabarola e muito sonhadora. No fim das aulas, em vez de fazer os trabalhos que lhe mandavam da escola, ia dormir para o sofá e sonhar. Os sonhos eram sempre de princesas!
Não sei se foi por ser o último dia de Inverno, mas… parece que a magia caiu sobre a Violeta! À noite a Violeta esqueceu-se de pôr o despertador para as sete horas da manhã, para às sete e meia tomar o pequeno-almoço e às sete e quarenta e cinco minutos ir para a paragem apanhar o autocarro Depois, à noite ficou a ver televisão até às vinte e três horas e quinze minutos. No dia seguinte, de manhã, com tanto sono e cansaço, de ter ficado até às tantas acordada, não conseguiu acordar e ficou a dormir na cama. Também a mãe da Violeta não teve possibilidade de a acordar, porque a patroa estava doente e teve que ir trabalhar todo o dia. Saiu de casa muito cedo, antes de ser dia.
No sonho dela tinha ganhado o concurso de beleza! Tinham que ir vestidos como uma personagem de qualquer livro. Como o único livro que ela conhecia era “A menina do mar”, a personagem que ela escolheu foi essa. Foi pintar o cabelo de verde, vestir um vestido, idêntico ao que está desenhado no livro, e colocar as lindas jóias de conchas. Como a acharam magnífica propuseram-lhe que entrasse no concurso das princesas magníficas e claro que ela não recusou. Estava tão contente, mas tão contente, que foi ao microfone dizer que era a melhor, que até os júris se arrependeram de lhe terem feito a proposta.
A Violeta foi levada para o concurso numa carroça, transportada por dois póneis reais! Lá na escola, conforme o nome, davam uma alcunha, a Violeta era a Borboleta, a Ana era a Mana, a Andreia era a Sereia, a Maria era a Mia, a Esperança era a Criança, a Beatriz era a Feliz, a Telerina era a Fina e a Floribela era a Bela. A Ana, a Andreia e a Maria eram companheiras de quarto da Violeta. Todas elas (menos a Violeta) eram espertas. A Ana era muito responsável, bonita, alegre, brincalhona e bastante sensível; a Andreia era responsável, muito brincalhona, muito bonita, bastante alegre e muitíssimo divertida; a Maria era bonita, responsável, brincalhona, divertida e alegre.
Quando o concurso começou, a Borboleta detestou que ela começasse a lamentar-se, porque ela detestava a escola. Mas como ouviu a professora a dizer que as quatro melhores a tudo seriam premiadas, logo a sua atitude mudou. A primeira era a princesa do castelo, que ia participar no concurso de rainhas; a segunda era a dama principal da escola; a terceira era a dama da escola; a quarta era a diretora dos alunos. A Violeta refletiu durante cinco minutos, que mais lhe pareceram uma hora, e decidiu que iria tornar-se melhor e estudiosa. De repente… ouviu a Floribela e o grupinho dela que ficam ao lado do quarto da Violeta, a fazer um plano para tramá-las, a ela, à Mana, à Sereia, à Mia e à professora, que era “uma seca”! A Violeta, como já tinha decidido, que iria tornar-se melhor e estudiosa, definiu um plano sozinha. O plano era o seguinte: primeiro, a Floribela e o grupo dela tramavam a professora, entretanto a Violeta e as amiguinhas seguiam o plano da Violeta e havia a vingança! E assim foi. Ela foi contar às amigas e contou-lhes o plano, mas implorou para que não contassem à professora. No dia seguinte começaram as aulas, e todas as aulas demoram noventa minutos. Começou por cozinhar, praticamente toda a gente começou a gozar com a Borboleta, porque ela não era muito ajeitada, mas esforçava-se muito, pois não quis aprender dantes, como se diz: “De pequenino se torce o pepino”, agora ouvia os gozos. A professora defendeu-a, porque reparou que se estava a esforçar bastante. A segunda aula do dia era português, a primeira coisa que deram foram as palavras elegantes que as princesas devem usar, a Borboleta sabia muitas. No teste de diagnóstico tirou excelente, aí toda a gente fechou a boca, porque ninguém a não ser a Borboleta e a Sereia tirou excelente. A Bela ficou tão enervada que levou o plano dela para a frente. A partir daí, um passo que desse haveria um obstáculo! Mas o problema é que a Bela pensou alto de mais, e é claro que a professora de português ficou com bastante curiosidade, também, é óbvio. A Bela foi inventar, arranjou uma desculpa qualquer, disse que se tirasse outro satisfaz ia criar obstáculos para ela própria, pois não sabia mentir, mas a professora deixou estar para ver no que ia dar. Como a Sereia tinha reparado que a professora tinha dado conta de que algo se passava, foi contar à professora sem dizer às amigas que agora eram um grupo. Também contou o plano da Borboleta, a professora achou que a Borboleta tem bastantes capacidades para ser a melhor e a Sereia também concordou. Mal saiu da sala de aula foi logo contar ao grupo que tinha dito tudo à professora, porque a senhora professora já tinha descoberto tudo. Como a professora já se tinha apercebido elas acharam bem.
Passados vários dias de aulas, a Borboleta e o grupinho dela começou a evoluir, e a Bela e as suas amigas, só a pensar na vingança, começaram a baixar muito as notas.
A Feliz mais a Bela e o seu grupo prenderam-nas num barracão e a Mana entrou em pânico, mas a Borboleta, a Mia e a Sereia encontraram umas pistas para abrir o portão e foram rapidamente salvar a professora. Como recompensa, a professora elegeu o primeiro lugar para a Borboleta, o segundo lugar para a Sereia, o terceiro lugar para a Mia e o quarto lugar para a Mana, portanto a Borboleta conseguiu o que queria. E a Bela, a Feliz, a Fina e a Criança foram presas e o plano da Borboleta foi completado e fizeram uma grande festa.
A Violeta concluiu que mais vale estudarmos para conseguimos alcançar os nossos objectivos e pensar duas vezes antes de agir a fim de não as magoarmos as outras pessoas.

Andreia Barroso, nº 4, 5º G - EB 2/3 de Amares - 2011/2012

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

A senhora das borboletas


  
   Num lindo dia de Primavera, eu estava a andar pelos passeios da rua, quando encontrei uma bela borboleta (roxa às pintinhas amarelas) e segui-a. Ela levou-me a um sítio estranho. Era um quintal de uma casa amarela, onde havia campainhas brancas e muitas variedades de flores. Ela pousou-se numa. Só que não estava só ela. Havia ali milhares e milhares de borboletas! Eu olhava para todas mas não sabia qual era a que eu tinha seguido. Eram quase todas idênticas!
   Toquei a sineta (meia enferrujada) e saiu-me uma senhora de idade e muito rugosa. Perguntei-lhe se as borboletas eram dela e ela respondeu-me que não. Aquelas borboletas só gostavam de vir para o seu quintal! Porque o quintal da senhora não tinha apenas flores de uma espécie, tinha de muitas! Só que as borboletas pareciam que combinavam: as roxas às pintinhas amarelas pousavam-se nas campainhas brancas, as castanhas às pintinhas cor-de-rosa pousavam-se nas tílias amarelas, as pretas às pintinhas amarelas instalavam-se nos gladíolos vermelhos, as vermelhas às bolinhas azuis poisavam nos cravos abertos e ainda havia milhares de borboletas que poisavam por toda a parte. A mim cheirava-me que aquela casa tinha alguma coisa especial! Mas eu não sabia o que seria. Pedi-lhe para entrar e a senhora autorizou-me. A senhora estava-me a guiar. Eu observava tudo, mas não encontrava nada! A senhora levou-me à sua cozinha e deu-me o lanche. Passámos horas e horas a conversar. Quando eu lhe fiz uma pergunta se era a sério que as borboletas vinham só por vir, ela disse que não e que eu já tinha descoberto tudo. Ela tinha perfumes muito especiais para atrair borboletas e punha-o nas flores, porque adorava as suas flores enfeitadas com estes seres tão frágeis mas tão coloridos. Pediu-me para não contar a ninguém e eu prometi. Vim-me embora porque os meus pais já deviam estar preocupados. Quando cheguei a casa não estava ninguém. Então entrei, jantei e fui dormir. De manhã, quando acordei vi a senhora de idade e as borboletas no meu quintal. 
   Vesti-me depressa e fui para baixo para a beira delas.
   Parecia um sonho! Mas não. Era realidade! E eu adorei!

Andreia Vieira Barroso, 5ºG - Escola EB 2/3 de Amares (2011-2012)